quarta-feira, 21 de outubro de 2009

REFLEXÕES FILOSÓFICO-POLÍTICAS 2



A obstrução do amor é causada pelo medo. É o medo de ser obstruído pelos limites externos, do Mundo; é o medo de não poder realizar as potencialidades da vontade. Mas meu Pai sempre foi teimoso ao amar.
Há algum tempo ronda o mundo um espírito de justiça, um impulso impiedoso que teima à liberdade. Por algum tempo se vê essa vontade cristalizada num movimento ideológico-político genericamente intitulado de Esquerda. A consolidação de sua posição enquanto oposição antitética à chamada Direita liberal a conformou como mecanismo de função reformista, que se realiza como manutenção e para o desenvolvimento do sistema Moderno de coisas.
A liberdade moderna é liberal, libera, individualiza, especializa, mas também aliena. A esquerda tentou ir ao seu constrário, à socialização, mas sua socialização seguiu no sentido de ser apenas a causa para o desenvolvimento e a sofisticação das instituições que garantem as liberdades individualizantes – o Estado Moderno, o Capitalismo e a sociabilidade mercantilizada. A esquerda em sua crítica e busca por socialismo foi apropriada pelo próprio sistema, possibilitando a reforma constante das intituições que dão sustentabilidade ao atual estado de coisas. Além disso, por sua condição de disputa por poder, as tentativas reais ao socialismo não culminaram em mais que Capitalismo de Estado e Estado de opressão.
Mas agora há um elemento que ganha cada vez mais destaque no pensamento humano: a Grande Mão, Mãe Terra, Pachamama, começa a dar sinais de perigrosas alterações. E os Homens, que garantem sua liberdade individual sustentando seu poder na lógica de consumo da Mão Terra, devem sentir e sentirão medo. Mas o medo também é bom, é catabolizador de transformações.
Assim, vejo duas coisas importantes ganharem força: a primeira, a valorização do meio ambiente, que, numa concepção ampla, tira os olhos do Homem de seu próprio umbigo, sensibilizando-lo; a segunda, a necessidade de adequação do pensamento e da realidade numa lógica de rede autonomica, o que significa a saída de um pensamento vertical de oposiçao e a entrada em um pensamento horizontal e diversificado.
No tocante a esta última questão, um exemplo que me aponta em essa direção é o até agora chamado Estado Plurinacional. Apesar de ainda ser pautado por lógicas de progresso capitalista, segue no sentido da descentralização e desconcentralização do poder; é força das sociedades campesinas-originárias da America Latina exigindo a participação direta no executivo, legilativo e judiciário, buscando-lo a partir de suas autonomias subjetivas. Estas idéias, de certa forma já expostas pelo pensamento político de Bakunin, têm como expressão hoje as reformas constitucionais de alguns países latino-americanos e africanos; têm sua força cristalizada nos movimentos americo-indígenas e tribais que ainda não tiveram seus corações alienados da realidade concreta.
Ainda não sei qual vai ser o seu poder de criação frente as necessidades de adaptação aos problemas gerados pelo capitalismo, suas instituições e suas relações de poder. Mas sei que por hora é o único caminho que me leva a ter fé, a ter vontade de lutar até as últimas conseqüências. É o que pra mim parece mais sensato e viável hoje, mas que deve ganhas força ao ponto de poder transformar as bases economicas da sociedade; caso contrário corre o risco de ser mais um projeto falido e reformista em direção ao socialismo.

REFLEXÕES FILOSÓFICO-POLÍTICAS 1



Hoje fui ao primeiro debate da CLASCO…
Tema: “La isquierda hoy: balance, desafios y perspectivas”.
… e pude perceber por onde andam as idéias e as minhas idéias.
Dentro do que concerne às minhas tensões, percebi que as idéias ainda permeam a questão do progresso e dos movimentos políticos e sociais ao progresso. Continuam a reificar o discurso que opõe direita e esquerda nas análises feitas da condição política latino-americana. Enquanto análise que tenta chegar ao real, bem! As apresentações foram, para mim, um bom debate envolvendo as questões que tocam os movimentos políticos históricos atuais: Democracia, Neoliberalismos, Globalizações, Integrações Regionais, movimentos campesinos originários, Esquedas, crise hegemônica, assim como a citação da questão do meio ambiente como um apêndice da esquerda do progresso. Mas já se esqueceram de indagar-se sobre o que é a emancipação a partir do presente?
Por hora, para mim, a resposta a essa pergunta vai em direção à morte deste progresso, tanto da Direita como da Esquerda. Esse progresso, em umas de suas faces originais, constituí o impulso de dominação técnica da natureza. Entorpecidos pelo medo do poder da Natureza, pelo temor a Deus, incapazes de entender-lo(s), impulsionamo-nos a uma tentativa desesperada por controlá-los, voltamos nossas mãos à(s) matéria(s), tranformando sua(s) potência(s) em poder. Mas, nesta passagem de entendimento a controle, entorpessemo-nos pelo sentimento de prazer de nos parecer seguros – o poder de poder. E a partir disso se forma uma das faces da mitologia da liberdade moderna: somos livres porque podemos controlar a Natureza, porque matamos o poder de Deus, porque, supostamente, agora somos Sujeitos e Proprietários da história. Ao invés de tentarmos entender e viver em comunhão com as leis das coisas, criamos nossas leis em função da justiça de um progresso material pautado por um privatismo e individualismo concentrador e centralizador de poder, que tem em sua lógica intrínseca de crescimento a necessidade de artificialização continua das coisas. Dando instrumentalidade política ao sistema, as funções indeológicas de “Direita” e “Esquerda” surgiram apenas como diferentes modos de buscar a opulência material humana, que dentro de uma dicotomia pisicológica poderíamos oposicionar seus efeitos em egoístas e altruístas, sendo que suas causas tem sempre o mesmo objetivo – o poder do Homem. Até quando o controle do corpo social vai aguentar as consequências dessa insaciável vontade de consumo (destruição) do corpo natural?
Continuamos a adorar essas idéias passadas, de forma a sempre conformá-las quando adornamo-las com as “riquezas” que o progresso econômico impõem para esocnder nosso medo do natural. Tomamos a droga de achar que inventamos a história e nos viciamos nas pilulas de farinha da ilusão. Tomamos-la denovo e denovo no governo de nosso dia-a-dia, talvez inconscientemente, mas sempre reificando uma estrutura que oprime a liberdade do corpo humano em seu medo por consciência-moral. Fim a este progresso! Pois ele significa apenas um constante êxodo, um movomento de fuga de nós mesmo, como alguém que não sabe de onde veio e muito menos para onde está indo, então não sabe o que é.

“Now you have what you want, but you want more”.
“We sing it for freedom, just few it in the music… sentiment is free… this is the thru equalit”.
Bob Marley

Veja a contradição aparente: busco desenvolver as ciências humanas e, assim, sirvo, sem escolha, ao progresso do poder. Mas veja também minha intenção: tento descolar do progresso material e viso o desenvolvimento cosnciente-moral, sob o qual o que devemos liberar são os sentimentos e o corpo, individual e sosial, deixar de dissuadi-los com uma razão sem sentido para pocurar o sentido da razão a partir do próprio corpo. Teríamos que nos voltar a uma nova re-ligação?

CARTA AO PAPAI E À MAMÃE



La Paz, quase 4 mil metros de altitude. É o segundo dia que estou aqui e sigo sofrendo por Sorojchi, nome dado aos efeitos causados pela altitude: febre, dores de cabeça e de estômago, diarréia (efeitos que duraram por dias). Nestes momentos de dor sempre lembramos daquele colo que acalenta, que, mais que curar a enfermidade física, produz aquela sensação de segurança de que tudo passa. Nesse momento “solito”, a força já não pode vir de fora, senão que de dentro, por vontades e memórias. Neste momento lembro de vocês Papai e Mamãe, que me conceberam e me criaram com tanta força, sinceridade e carinho, que fazem minha inspiração pelo mundo possuir essa mesma tanta força, sinceridade e carinho. Nesses momentos de dor, de concebimento e criação, lembro do Pai criador, cuidadoso e persistente, lembro da Mãe atensiosa, que ouve e alimenta, mesmo que sofra; e justamente lembrando destes princípios que busco minha segurança – sua síntese: um amor incondicional.

REFLEXÕES PISICO-FILOSÓFICAS



Certo dia senti-me apunhalado por uma força, um grito que ressoava por dentro do peito, chegava ao crâneo e estremecia-o, era uma fome, não sei se minha, não sei se dos olhos que me tocavam, mas me sei que me comia, me sei que me doia. Era um medo profundo, um medo da morte, de se sentir morrendo sem perceber, um medo inconsciente, hora com cansaço de viver, hora com ânsia por ela; um sentimento de que falta sentido ou de estar sendo devorado por um sentido que não se ouve, não se vê, não se degusta – um sentido que está tão longe qua já perdeu o sentido.
A causa: A cada dia me dou mais de cara com o moinho da vida. Me vem à consciência seus processos, mas também seus rostos e olhares, e me pergunto: somos somente essa massa que o destino modela? Ao ver a dor, não me sei como me acalmo, não me sei como me desespero. Nesta indecição, o que faço é buscar respostas: De onde vem a dor?
Deu vontade de ir ao fim do mundo, perguntar aos Deuses, encará-la na cara.
Daí revelou-se a viagem destas memórias. Foi tão forte aquele sentimento que me fez querer mover montanhas. Minha vida começou a ser motilizada – vou em busca de uma morte e de um renascimento, vou em busca da Força. Mas o esforço de mover o real só se realiza entendendo-lo, como se diz: “o barato é louco e o processo é lento”.
A força mirou meu destino nos meandros da América do Sul, apontou-me o poderoso Andes e a selvagem Amazônia, é lá onde me devo. Ouço a força sussurrar sons e silêncios em mim, me sinto em um retorno a origem, a luz, a natureza. Estremeço-me denovo – me parece um sentimento demasiado romântico. Neste momento me salta aos olhos os apegos do espírito humano.
Por um lado, o corpo individual humano. Volto-me às pessoas que me dão segurança. Lembro-me de todo amor que envolve as delicadezas do dia-a-dia, mas que, ao mesmo tempo, é um circulo vicioso de dependências. Vejo que as dependências existem num encadeamento natural, mas também construído. A questão então é: Por que dependente? A realidade do corpo, toda sua gama de sentimentos e necessidades, deve envolver-se pela liberdade da mente, e aí é amor.
Por outro lado, o corpo social humano. Há uma série de instituições que dão corpo ao corpo social – a Família, a Sociedade, o Estado, a Economia, a Cultura, a Religião, as Ideologias, a Ciência, etc. Simplificadamente, estas intituiçoes, que são abstratas e concretas, existem, então, em dois mundos interconectados: o mundo das idéias e o mundo das matérias. As relações conflitiva e cooperativa nestes mundos e entre eles constroem a realidade. O poder de materialização é sempre o limite às potencializades das idéias. A questão então é: Há controle do poder real? Por quem? Por mais que as atuais instituições se desenvolvam num sentido de controle da vida, há uma força que o nega a todo momento: o próprio entendimento impulsiona à destruição de si mesmo. E é a ilusão que leva ao eterno fascíneo de nossas instituições, e que as mata pouco a pouco.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

ESTÉTICA E ESSÊNCIA: O VISUAL BOLIVIANO E A CULTURA VISUAL



Ahn Bolívia… estou encantado com esse país. De Santa Cruz de la Sierra, terras tropicais com um calor tão intenso quanto ao de Mato Grosso do Sul, à Potosí ou La Paz, cidades inclinadas de um altiplano de montanhas e temperaturas agudas, passanso pela região dos vales, como Sucre e Cochabamba, onde as montanhas bailam feito ondas para dar espaço a um grande buraco plano onde se formam as cidades ou os povoados de clima moderado. Bolívia é um país literalmente constituído por contrastes, contém pelo menos esses três principais tipos de formação arqueologica e de clima, com suas variações: pantanal, amazônico, região de vales altiplânicos, altiplano e Cordilheira dos Andes, etc, conferindo uma grande variedade de riquezas naturais, que é para os olhos um colírio de muitas cores. Do ponto de vista da cultura visual da população, por um lado, as roupas das marcas, em seu estilo clássico de padronificação moderna, com seus jeans e sintéticos por exemplo; por outro, as especificidades do caráter visual da cultura andina que se vê aparente, principalmente, nas senhoras “Cholas” e seus “niños”, mas também na maior parte dos “campesinos originários” e nas danças tradicionais. Essas senhoras carregam nas costas seus bebês, alimentos, objetos e a afirmação de uma cultura visual riquissíma e autêntica, em cores e formas. Afirmam-la através do formato de seus corpos, quase sempre gordinhos por uma alimentação constituída majoritariamente de carboidraros; através de suas roupas, que misturam cores quase florescentes ou brilhantes com formas quadradas que lhes dão um caráter sutilmente masculino; através de suas tranças e seus belos chapéus, alguns dos quais parecem que cairão a qualquer momento, pois são posicionados sobre a ponta da cabeça como a Torre de Pisa sobre o solo italiano. Nos “pueblos campesinos”, são as mãos dessas senhoras que tecem os tecidos, que carregam baldes de águas, às vezes por quilometros, que fazem as comidas, às vezes para um batalhão. Seus maridos trabalham no campo ou nos “serviços pesados” como construir casas de adobe ou de tijolos de barro, onde moram. Seus filhos costumam ajudar nas tarefas domésticas, no campo ou na casa, ou saem para vender as comidas ou as artesanias. São esses campesinos “sencillos” que fazem a força e a resistência da tradição andina.
Em contraste, as cores e formas da cultura visual andina também chegou à cidade: por êxodo do campo, através de pessoas que mantêm ou não sua cultura visual; ou pelos “jovens pequeno-burgueses”, como chamam na praça “14 de septiembre” de Cochabamba, jovens que sincretizam as duas tradições em seu corpo dizendo tentar resgatar sua cultura. Mas esta tentativa de resgate cultural é um dos efeitos conscientes da revolução cultural boliviana? Visualmente, apesar de incorporarem algumas peças produzidas pelos campesinos origirários, não o fazem totalmente, recusando o corpo gordo e as formas quadradas, tentando manter as curvas e a sensualidade, e de forma a utilizar as peças tradicionais para acentuá-las, num caráter de valorizaçao do corpo tipicamente moderno-contemporâneo, um corpo que deve ser magro, mas peitudo e bundudo, seus cabelos e seus sapatos devem ser assim como os das resvistas de moda e das propagandas de televisão. Contudo, o fazem buscando elementos de sua raíz cultural, o que configura o discurso de revolução cultural através da revalorização, renascimento, da cultura tradicional andina, amalgamada nas roupas, nas músicas e nas danças; mas há também seu caráter principal, o político.
Na verdade, essa face cultural-artística da revolução cultural é aceita ou compartilhada por quase todos bolivianos, até mesmo os citadinos, uns mais outros menos, tanto velhos quanto jovens. No entanto, o caráter político da revolução cultural, essencialmente campesina, tem sua força e síntese numa frase de confrontração deste movimento campesino-originário: “Usteds queren: vivir mejor! Y nosostros queremos: vivir bién!”. Isso demonstra uma profunda diferença enquanto sentido de vida. Isso significa matar a idéia de progresso capitalista como ela se configura, hoje escondida no sentido comum da palavra desenvolvimento e seus adjetivos. Essa verdadeira radicalidade política na revolução cultural boliviana é o que impulsionou a criação da “Nueva Constituición Federal de Bolivia”, feito realizado pelo governo Evo Morales.
Muitos campesinos originários, em seus “pueblitos”, ainda vivem a lógica de socialização das coisas; contudo, atingidos, cedo ou tarde, pela expansão interna do Estado privatista e das relações sociais capitalistas, começam a ganhar a consciência de sua estrutura, percebendo a importância de interfir no sentido tentar manter sua autonomia, mas com a inevitável integração. Com os “procesos de cambio” da reforma do Estado enquanto pluri-nação se tenta, dentro da estrutura de um Estado Liberal de Direito, construir um país de maior de socialização, através deste conceito de “autonomias”, que é um termo ambigüo que não toca organização da forma e da socialização da produção, podendo ser sim um começo de transformação da forma do Estado, mas ainda segue dando estrutura de gestão ao progresso do capital e à sua lógica de auto-valorização, que pode ser uma perversão da lógica de socialização que não ataca a estrutura e o sentido da produção capitalista.
No entanto, apesar das reformas de Morales, parte do movimento originário campesino continua revolucionário. Se arma com a educação moderna e com a coragem e a união de pessoas que sabem o que querem, pois não tiveram seu trabalho alienado da essencia das coisas, sabem o que é necessidade e o que necessitam, e agora começam a saber o que é capitalismo e o por quê de tanta destruição. Talvez seu principal oponente hoje, com o qual lutam, seja o legalismo e seus efeitos sociais, pois se o direito liberal é justamente o que constituí a forma do Estado moderno, um direito que tem em sua fonte e em sua resolução a propriedade privada torna contraditória a socialização dos bens humanos e naturais, tanto da terra e dos meios de produção, como da governança dos aspectos da vida que interferem as pessoas em seus meios, os julgamentos morais e penais e a participação administrativa e cultural de todos. Por hora só lhes resta explorar a estrutura plurinacional do Estado, mas lutando por mais consciência e capacidade de transformação.

POR LA CARRETERA DE POTOSI



El viento viene, el viento se vá
Por la carretera

Navios llegan en las tierras de a cá
Navios mercantes com la cruz y la espada

Por la carretera

Descubriéron Potosi y el ciclo de la plata
Hubo brazos de amerindios e también de Africa

Por la carretera

La dominación explota nostra rica vaca
Derramamiento de la sangre y también de la lágrima

Por la carretera

Poco a poco come el cerro la ganancia de la rata
Ya se fue la plata, el estaño y el zinc és ahora

Por la carretera

Así se desarrola el hombre capitalista
Sacando nuestras riquezas por vias imperialistas

Por la carretera

És las venas abiertas de America Latina
És la consumisión de la Pachamama

Por la carretera
Su hambre viene, ese hombre se vá!

UMA SEMENTE NASCENDO



No momento estou en Valle Grande, cidade onde Ernesto Che Guevara foi enterrado. Meu início na “ruta del Che” foi em La Higuera. Perto deste povoado, em 8 de outubro de 1967, em “La quebrada del Churo”, Che e seu grupo foram capturados; nele Che foi morto em uma escola que hoje é museu. Depois de morto, no dia seguinte de sua captura, seu corpo foi trazido à Valle Grande e exposto como um troféu pela ditadura que governava o país na época. Aqui estou eu refazendo a rota dos últimos dias de vida do Che. Aqui estou eu tentando reviver a história, uma história que soa como um eco na história, pois a força dos ideais e das ações de Che ainda brilha, como um sol que da luz e calor aos corações. Revivo, então, a “ruta del Che”, mas me sinto não na de seus últimos dias, senão que na do nascimento “del Che”, em seus tempos de ‘Diários de Motocicleta’. Contudo minhas tranformações e minhas visões são, obviamente, diferentes da dele.
Até agora vejo uma Bolívia fervendo, mas tranquila; em frequente atividade política, mas sem guerrilha. São “pueblos” simples, com muitas casas feitas de barro, mas sempre num clima de solidariedade, de comunidade. Dizem aqui que nenhum boliviano morre de fome, diferente do que acontece em minha terra natal. Aqui há muitas pequenas propriedades, nas quais as pessoas vivem mais perto da terra, da “Pachamama”. Aqui sinto a semente de um ideal nascendo.
Por mim seria como um anarquismo, conferendo liberdade e autonomia aos homens com a idéia de que a terra é comum a todos, que é dever de todos cuidar-la, fazer-la compartilhar e crescer; e não estou falando de desenvolver mais a tecnica de domínio da natureza, senão que de compartilhar a tecnica que temos entre os homens e mesmo com a própria natureza. Não necessitamos mais domina-la e consumir-la, mas saber-la e viver-la. Devemos matar a idéia de progresso. O desenrrolar da humanidade deve ter em sua estrutura o caráter de cooperação. Para tanto devemos viver com a natureza, e não com os enlatados; viver com os instrumentos, produzir os sons, e não apenas reproduzir-los. Chega dessa história. Devemos chegar mais pertos da fonte de contrução do mundo. Mas só poderemos fazer isso se olharmos a história, a partir do presente, criando algo realmente novo, que brilhe ainda mais forte que a idéia que conhecemos de comunismo, pois assim brilhará também mais forte que o capitalismo; que seja síntese e não mais antítese.
E devemos fazer-lo, pois se não o capital e sua lógica alienação e de consumo, destruição, engulirá todas as matas, as águas, o ar e os minerais; engolirá a capacidade de transformação da mãos da grande maior parte humanidade, pois estará governada e controlada por um poder central, do Estado e das Coorporações, enquanto um recria a lógica de auto-valorização e o outro a legitima fazendo as manutenções necessárias para que exploda.
Aqui estou eu tentando matar a lógica de progresso entendendo-me, tentando matar o individualismo autonomizando-me socialmente recria a lógica de auto-valorização.

HASTA LUEGO GINGER`S PIRADISE



Después de la puente colgante de Bermejo, entre Santa Cruz y Sucre en la antigua ruta, llegué al mundo de Ginger`s Paradise. Ese no és cualquer mundo, pero un lugar donde se viven en la organicidad de la naturaleza, su tiempo y su logica, un mundo que tiene la construyción hecha por las manos de Cristovan, Sol, Nova, Dzi y Ginger. El alimiento y casi todas las cosas tienen su vida desarrolada en el lugar mismo y con el contacto ditecto de ellos, lo que significa que no hay trabajo enajenado, que donde trabajan és donde viven y así tranforman la naturaleza entendendola. Todo el processo, de la semilla a basura, és consciente. Llegar en eso lugar y vivir intensamente el contacto con todo eso me hizo mi corazón más tranquilo, mis oídos y mis ojos más despiertos, mis sonidos y colores más límpios. Me hizo sentir la arte de la realidad misma, no solo raciocinala na no possibilidad de la práxis. La senti en las manos, la miré como seíndo una cronstrucción de nosotros, una construcción donde la cacidad y los peligros de tranfornación de las manos humanas son conscientes. Lllegar allá me permitió percibir cuanto eso sentimiento és importante, pués así podemos idealizar y realizar, sin la guerra de buscar el cambio de todo el mundo, pero en la paz con todo un mundo possible y real.

Muchas gracias por haceren lo que hacen para si,
Pués el amor con que plantan semillas también plantó una en mi alma.